O controle das infecções é uma atividade multidisciplinar que necessita da permanência constante do farmacêutico. Conheça algumas das principais atribuições desse profissional na rotina hospitalar
Por Lívia Siqueira
Conforme a Lei Federal nº 9.431, de 6 de janeiro de 1997, são consideradas infecções hospitalares aquelas adquiridas durante a internação hospitalar (desde que não incubadas antes da internação) ou aquelas relacionadas a algum procedimento realizado no hospital (cirurgias, por exemplo), as quais podem, inclusive, se manifestar após a alta. Pensando nisso e na segurança do paciente, é importante que esse processo seja acompanhado de perto por profissionais competentes e especializados, como os farmacêuticos¹.
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
O papel do profissional de Farmácia, dentro do contexto hospitalar, deixou de ser apenas administrativo na programação de medicamentos e organização de recursos financeiros. Atualmente, o farmacêutico tem como principais objetivos garantir o uso seguro e racional dos medicamentos prescritos e responder à demanda de medicamentos dos pacientes hospitalizados. Dessa forma, promove suporte técnico junto ao resto da equipe de saúde, na análise de prescrição, monitorização do tratamento e do quadro clínico do paciente, durante sua internação²·³.
A partir dessa mesma lei, em 1997 tornou-se obrigação de todo hospital no país ter uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), visando à redução dos riscos de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Dentre as atribuições da CCIH, destacam-se: busca ativa e vigilância das infecções hospitalares entre os pacientes; avaliação e orientação de técnicas relacionadas a procedimentos invasivos; controle do uso racional de antimicrobianos; educação continuada dos profissionais de saúde em prevenção de infecções; monitoramento e controle de surtos; monitoramento dos serviços de limpeza e desinfecção; controle de pragas, vetores e qualidade da água²·³.
Você sabe quais são as principais atribuições do farmacêutico hospitalar?
A farmácia é um dos pilares que sustentam as ações de controle de infecções hospitalares em todos os seus níveis: planejamento, operacional e educativo. Mesmo que você seja um farmacêutico dessa área, vamos relembrar algumas das principais funções desses profissionais, que os tornam eficazes para o controle das infecções hospitalares²:
Participar das reuniões da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar;
Participar da elaboração de protocolos de tratamentos com antimicrobianos;
Estabelecer intercâmbio entre Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), Comissão de Suporte Nutricional e Comissão de Padronização de Material Médico hospitalar;
Elaborar rotinas para dispensação de antimicrobianos;
Elaborar relatórios periódicos sobre consumo, custo e frequência de uso de antimicrobianos.
Fique ligado!
Ainda que os hospitais lidem com vidas e estejam sob circunstâncias mais delicadas, que envolvem questões morais e éticas, esses estabelecimentos são fornecedores de serviços. Por isso, respondem objetivamente pelos danos causados aos seus pacientes, que podem ser ocasionados por defeitos de equipamento, erros e omissões da equipe de Enfermagem, falhas na vigilância e no acompanhamento do paciente durante a internação ou pelas próprias infecções hospitalares⁴.
Segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ), nos últimos anos, o Brasil teve um aumento de 1.600% no número de processos judiciais envolvendo os serviços de saúde e pacientes. Nesse sentido, os hospitais e seus funcionários precisam redobrar a atenção diante dos procedimentos realizados nessas instituições. Por isso, a função dos farmacêuticos e das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar ganham destaque e se tornam imprescindíveis⁴.
Referências: